Às cegas: Rickson Gracie fala de sua última luta (parte 3)

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A luta feita no ano 2000 por Rickson e Masakatsu Funaki foi um arremate triunfal para uma carreira triunfal. Rickson evoluíra muito, desde aquele dia em que basicamente tinha sido obrigado por seu pai a vencer sua primeira luta vinte anos antes, até este, no qual guiou a si próprio sem a ajuda dos próprios olhos. 

Leia abaixo os últimos comentários dele sobre essa provação. (E veja aqui a parte 2, caso tenha perdido parte da história.) 

"Mas foi uma confirmação pra mim, na minha mente, de que eu estava todo pronto pra fazê-lo sem ter minha mentalidade como inimiga, sem ter meu medo controlando a situação. Assim, com base nessa experiência, pude confirmar meu processo mental de acreditar, de me entregar, de aceitar, de destino, ao máximo. 

"E fiquei muito feliz com o resultado desta luta, não só porque venci, mas porque consegui controlar meu pânico particular, meu incômodo na minha situação — continuei administrando tudo mediante respiração, calma, boa visualização. E tudo correu bem, e foi uma boa confirmação na minha mente. Mesmo antes daquilo, eu já estava me preparando e pronto para entender e viver esse tipo de emoções sem desabar." 

Nosso entrevistador fez aqui uma pergunta complementar: "E você não precisou, nesse ponto, nem do seu pai nem do seu irmão mais velho. Você estava sozinho, e tudo correu bem, certo?".

Rickson respondeu: "Sinto que, depois da minha autoconsciência sobre minha falta de, sabe... o que estava faltando naquela primeira luta com o Zulu, não foi algo que precisasse ser lembrado de novo. Estava na minha cabeça, nas minhas visualizações diárias: 'Não posso deixar que isto se repita'. Então, eles estão ali pra me apoiar, pra me botar no caminho certo; mas depois que estou no caminho certo, não estava mais dependente deles para aquilo de novo; eu estava livre daquela situação, pois depende de mim agora saber como reconhecer meu inimigo, aceitar minha derrota, como estar pronto para morrer sob pressão". 


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