A primeira lição do pequeno Rickson Gracie

POST
É uma história famosa na família Gracie.

Quando o professor Helio já era um herói do esporte e estava aposentado dos ringues, ele caminhava com o filho por Copacabana quando cruzou com uma elegante dama, sua velha conhecida.

A amiga de Helio tirou o cigarro da boca e fez festa para o pequeno Rickson, pedindo para dar um beijo no pimpolho. O filhão de Helio Gracie fincou o pé e se mostrou irredutível:

— Não aceito beijo de ninguém que fume cigarros.

Entre espantada e divertida, a senhora acatou a lição de Rickson, e despediu-se do amigo Helio.

Hoje, Rickson não tem lá tanto orgulho de ter sido tão direto e seco com a senhora, e já deixou aquele radicalismo da infância para trás. Mas sua postura e sua resposta firmes se tornaram famosas na família, como uma lição de como a saúde do corpo e da mente é assunto de primeira importância, e inegociável.

Afinal, se o praticante de jiu-jítsu é vencido por um mero cigarrinho — ou um mero docinho, ou sorvete etc. — como será ele capaz de vencer a si mesmo nos treinos? Como será capaz de vencer uma luta com um, aí sim, imenso e perigoso oponente?

Como a elegante dama de Copacabana aprendeu com Rickson, os mais banais vícios são nocivos e geram consequências, muitas delas bem mais grave do que a recusa de um carinho.

Cabe aos adultos, portanto, lutar para progredir e evoluir em suas metas, para não deixarem a saúde cair. Como um sábio outro dia notou, “o lado mais difícil da vida adulta é que você é a causa e também a solução dos próprios problemas.”

Ou, como a atriz Phoebe Waller-Bridge ensinou: “Há uma razão simples para haver uma borracha no fim do lápis. É porque as pessoas cometem erros.”

Uma lição que até as crianças sabem.

----

Transcrito traduzido do vídeo:

"Quando nascemos na família, você já começa a acreditar no que quer que seus pais digam, pois você se põe de alguma forma no caminho de virar um campeão Gracie, um representante Gracie... Então você faz todos os protocolos. Então, por exemplo, beber refrigerantes — Coca-Cola ou o que seja... Se você me diz pra tomar um refrigerante... Se eu tenho cinco, seis anos e você me oferece uma Coca, vou te mandar pro inferno, pois eu sentiria que você é meu inimigo na época, pois na minha família nós sabemos que refrigerantes fazem mal e que você nunca deve beber refrigerantes. 

"Então, em criança, eu odeio não só o refrigerante, mas também odeio todo mundo que bebe refrigerante, pois eu não conseguia entender como as pessoas podem ser burras a ponto de beber aquilo. Então, na minha cabeça, cigarros, refrigerantes, aqueles doces e tal, são veneno pra mim, porque eu fui educado: 'isto é veneno pra você'. Então, quando eu estava com meu pai com talvez três  ou quatro anos, e a senhora veio fumando cigarros e tentou me beijar, e eu disse, 'Não, não beijo mulheres que fumam', era só um reflexo da minha visão de funil na época, que se traduz em 'quero ser um grande Gracie, logo eu odeio tudo relacionado ao cigarro, mesmo que você seja bonita ou o que seja...'. 

"Então, eu estava provando a mim mesmo que eu estava tentando seguir os passos que me levam a não fumar, a não comer lixo; e não comemos doces, mesmo todos os bolos de aniversário e tal, tudo feito sob os protocolos das boas combinações de comidas; então nós todos comemos algum tipo de dieta. Portanto, pra mim era natural ser este tipo de rebelde contra álcool ou cigarros, mas não era exatamente algo vindo da minha consciência. Era só meu piloto automático de repetir o que eu ouvia na família, e mantê-lo comigo, e a construção do meu caráter." 

Comentários

Christian Scull Avatar
Christian Scull comentou:

👍 we must protect our children from society's love of sugar and junk food

25 de julho de 2022, 16:05